Ilustração do profeta Mani, um dos representantes mais destacados das religiões gnósticas de matiz não cristã
Além destas diferenças, nada pequenas, temos ainda o facto de que houve religiões gnósticas (que partilhavam o suficiente das suas atitudes e princípios para poderem encaixar nesta categoria) que nada tinham haver com o Cristianismo: o Maniqueísmo persa sendo o exemplo mais perfeito mas não exclusivo. Tudo isto prova que apesar de poderem recorrer a um corpo de imagens comum o Cristianismo e o Gnosticismo são dois caminhos muito diferentes, quer na sua interpretação do que é real (para o gnóstico o facto de ter ou não existido um Jesus histórico é irrelevante já que o interessa é o mito e o processo de ser um “Cristo” e não o de uma suposta encarnação de um principio espiritual num dado momento do tempo) e no que é desejável (a limitação pessoal é definitivamente algo profundamente nocivo já que da perspectiva gnóstica a verdade, gnose, é pessoal e tem que ser interpretada por cada um de nós; ao diminuir a capacidade do crente pensar, imaginar ou agir estamos a limitar as possibilidades de que ele atinja o seu objectivo final).